É revigorante subir para a parte alta da cidade pelo parque. Especialmente quando o fim do dia, na sua decadente claridade, pincela as coisas com uma certa meiguice.
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Sete Vidas
Este filme, no mínimo, é um exercício tramado para as emoções. Habituado como estava a ver Will Smith no desempenho de papéis que oscilavam entre um certo ar cómico e uma ficção futurista, este “Sete Vidas” deu-me a volta ao esquema e não se pode dizer que lhe correu mal o papel dramático que adoptou.
Cada um terá a sua opinião, mas para mim sobressaem dois nítidos eixos de pensamento. Primeiro, a necessidade humana da redenção perante erros cometidos. Seja em que cenário, sempre é doloroso o aceitar o facto de que se foi responsável por danos causados a outros. Uma assunção nobre, mas que pesa como chumbo. O filme vive do dilema de quem não consegue viver com esse peso e procura uma saída libertadora, seja ela qual for. Depois a segunda questão. Como definir o valor de uma pessoa. Como classificar alguém como merecedor de algo bom. Para o herói do filme a escala de mensuração são as qualidades humanas; a importância do respeito, do entendimento, da empatia e de se assumir como um membro útil da comunidade, mesmo quando não existe ninguém a observar ou louros para receber. No filme isso faz a diferença. Toda.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Covilhã em Barcelona
Assim começa um artigo publicado no passado dia 9 no jornal catalão La Vanguardia. Vale a pena lê-lo na inteireza. Teve o seu quê de arrepiante ler esta crónica. Ler como os outros nos vêem e descrevem é sempre muito interessante. Mas, de facto, desde que moro aqui que notei o cosmopolismo da cidade expressa nas vozes espanholas e polacas que abundam nas ruas e cafés. (Obrigado Jordi por me enviares a notícia!)
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
O paraíso existe. Fica em Estremoz - parte 2
terça-feira, 4 de janeiro de 2011
Marvão
Impacto. Vindo de Portalegre e entrando numa recta em que se avista claramente o altaneiro povoado, amuralhado e com alguns telhados do casario a tentarem espreitar-me, é impossível não sentir um arrepio. Que estranha razão existe em mim para sentir o Alentejo desta maneira? Que força emanada destas planícies douradas me faz amar a vida mesmo quando me sinto o mais perdido dos homens? Não sei responder. O que sei é que quando a brisa quente do fim da tarde entrou pela janela totalmente aberta do carro e despudoradamente esfregou-se no meu rosto, só me apeteceu que ela continuasse ali para sempre, como se de um acessório da viatura se tratasse.
Cheguei. Deixei o carro no parque exterior e entrei a pé muralhas adentro. O coração decidiu correr à minha frente; o desgraçado por vezes é tão ansioso que não aguenta a velocidade dos meus passos.
Fotografias. Queria guardar alguns recortes do casario para levar comigo. Como se aquelas ruas, guardadas assim em retalhos dentro de uma máquina, pudessem ser cenários dos meus passos sempre que me apetecesse.