quinta-feira, 30 de junho de 2011

terça-feira, 28 de junho de 2011

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Voar sobre o caminho

Ao ver julho no horizonte é que me apercebo de como o tempo voa. Voará o tempo ou voaremos nós? O tempo, quer como escala mensurável criada pelo homem, quer como sensação de deterioração que a matéria ostenta, sempre cá andou. O que vai "voando" somos nós. Especialmente com essa ânsia humana de correr. Correr para qualquer sítio. Corremos, como cantava o António Variações, porque só estamos bem onde não estamos. Corremos esquecendo que olhar para o caminho, por vezes, é mais interessante que apenas pensar no destino. E esta divagação, a determinada altura, lembra-me dos Açores, da minha Terceira. Quando lá cheguei notei a serenidade do ritmo de vida, da pouca pressa para chegar a algum lado. A imagem mais emblemática que tenho é alguém parar o carro em plena estrada para cumprimentar dignamente o amigo que vem no carro em sentido oposto. E ninguém apita, esbaforido. Porque um dia chegará a nossa vez de ter uma vontade enorme de fazer o mesmo. Porque um determinado momento vai ensinar-nos o prazer, a urgência, de uma pacatez assim. A vida devia ser assim. Concentrada no que é importante: o caminho.