quarta-feira, 29 de abril de 2009

Quem é que tem uma Biblioteca catita na sua cidade, quem é?



Desde que resido na cidade que estou viciado na Biblioteca Municipal. Um dos mimos recebidos foram uns marcadores para a leitura, como este. Na parte de trás vem uma pequena citação. Este ostenta a seguinte:

Escrevo-te a sentir tudo isto...
Al Berto, Trabalhos do Olhar

terça-feira, 28 de abril de 2009

Este é árabe

"Não declares que as estrelas estão mortas só porque o céu está nublado."

Pois...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Instantâneos de Belmonte

Quando tenho visitas de mais longe gosto de lhes mostar as bonitas paisagens da Beira Interior. Umas das localidades que não dispenso é Belmonte, terra natal do nosso Pedro Alvares Cabral. Cada vez que lá vou nunca resisto a umas fotozitas...




O castelo é pequeno mas bem conservado. Gosto imenso do pequeno auditório que fizeram lá dentros. Dá logo vontade de nos sentarmos e esperar que venham os Madredeus cantar só para nós.





Que bem sabe espreitar pelas seteiras do castelo!






A sinagoga da comunidade judaica local inaugurada em 1997.


sexta-feira, 24 de abril de 2009

Banda sonora




Nem sempre gostei de escutar o Abrunhosa. Esta música foi o ponto de mudança. Tornou-se uma das músicas da banda sonora da minha vida. Momentos...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Beja




Museu Regional de Beja

Descobri à uns tempo a minha velha colecção de postais. Tinha lá este tesouro.
(Que saudades...
)

terça-feira, 21 de abril de 2009

Caderno de duas linhas




Quando iniciei o projecto para o meu blogue deparei-me com o problema de escolher o nome. É sempre a mesma coisa com a questão de um nome. Para um filho, para uma loja, para uma rua, para o que quer que seja. O nome é a primeira informação que transparece; é a base para a primeira avaliação feita por um estranho; pode dizer tudo e pode não dizer nada; pode ser sonoramente atraente ou não.

Prontos, mesmo que seja apenas um nome, dá dor de cabeça escolhe-lo. A prova foi o papel onde fui escrevinhando e riscando. Ficou este. Caderno de duas linhas.

Porquê, então, caderno de duas linhas?

Pelas recordações. Pela nostalgia. Neste caso, em particular, associei a experiencia de começar um blogue com a recordação dos meu primeiros processos de aprendizagem. Viajei por instantes aos longínquos e inesquecíveis dias da, então denominada primeira classe.

Como domesticar os gatafunhos livres e selvagens de uma criança? Recordo o processo de, com uma agulha, picar folhas colocadas em cima de esponjas onde estavam desenhadas enormes letras. Segui-se os exercícios repetitivos de imitar, agora com lápis, as primeiras letras. Depois apresentaram-me então ao primeiro caderno que possui. O caderno de duas linhas, que iria ser o meu companheiro de estrada, nesta aventura de saber desenhar símbolos que representassem, primeiro os sons e, mais tarde, as ideias.

O meu velhinho caderno de duas linhas foi o inicio de uma grandiosa lição, que é tentar saber comunicar. Uma metáfora da própria existência…


Ao procurar imagens para ilustrar o meu blogue deparei-me com esta que uso no meu post. Achei-a lindíssima. Simples e eficiente. Encontrei-a no blogue Símbolo. Depois de ser conquistado pela imagem, reparei no texto. Muito significativo. Vale a pena lê-lo tal como foi escrito.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Este é espanhol...

Gosto imenso da sabedoria popular refletida em ditados e provérbios. Este é espanhol e tem uma imensa verdade a sustentá-lo.

"A perro flaco, todo son pulgas."

É ou não é verdade?

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Carmen no hipermercado

É raro uma vulgar visita a um hipermercado transformar-se numa epifania musical. O normal ambiente sonoro oscila entre uns militares e fanhosos chamamentos de funcionários e o desfilar de umas músicas que meteriam inveja a qualquer DJ de vão de escada. De um prédio escuro e sem ventilação, bem entendido, e onde apenas as formigas e outros seres rastejantes desfrutassem do ambiente musical!
Bem, adiante. Isto para dizer que o objectivo de uma ida a um templo de consumo é para arrebanhar o que necessitamos e a preços que valham a pena. Após percorrer as secções obrigatórias, escolher a caixa onde perdemos o menos tempo possível é um desporto que não dispenso, mesmo que por vezes seja derrotado nos últimos momentos.

Mas, desta vez tive um imprevisto. Uma daquelas rápidas visões laterais que nos fazem travar, mesmo que estejamos em primeiro lugar na disputa por uma caixa sem pessoas à nossa frente. A visão dizia assim: "CD's a partir de 1,99 €". Mesmo que um aviso subliminar dentro de mim avisa-se acerca da provável qualidade do material, avancei para o cesto metálico. Os primeiros CD's ostentavam uns nomes que nem me atrevo aqui a reproduzi-los. Mas fui ao fundo. Afinal se tinha abdicado de um bom lugar na caixa de pagamento tinha que ser compensado. Por fim, lá no fundo, encontrei algo que se destacava. Agarrei uma caixinha vermelha que nada tinha a haver com o resto. Nem acreditei quando confirmei todos os dados:

CD duplo. Opera Carmen de Bizet, completa. 147:41 minutos gravados na Arena di Verona. Preço: 3,80 €

Estou na glória!




quarta-feira, 15 de abril de 2009

Angra do Heroísmo


Vivi alguns anos nos Açores.
Mais do que um conjunto de belas ilhas, o arquipélago é um estado de espírito, uma maneira de encarar a vida, um sentimento de infinito.

Esta é a vista de Angra do Heroísmo, na ilha Terceira. Tirei a fotografia quando ia de barco a caminho do Pico. Uma espécie de derradeiro olhar.




terça-feira, 14 de abril de 2009

Caminante


Todo pasa y todo queda
Pero lo nuestro es pasar,
Pasar haciendo caminos,
Caminos sobre la mar.


Nunca perseguí la gloria,
Ni dejar en la memoria
De los hombres mi canción;
Yo amo los mundos sutiles,
Ingrávidos y gentiles
Como pompas de jabón.


Me gusta verlos pintarse de sol y grana,
Volar bajo el cielo azul,
Temblar súbitamente y quebrarse...
Nunca perseguí la gloria.


Caminante son tus huellas el camino y nada más;
Caminante, no hay camino se hace camino al andar.

Al andar se hace camino
Y al volver la vista atrás
Se ve la senda que nunca
Se ha de volver a pisar.
Caminante no hay camino sino estelas en la mar...

Hace algún tiempo en ese lugar
Donde hoy los bosques se visten de espinos
Se oyó la voz de un poeta gritar
Caminante no hay camino, se hace camino al andar...

Golpe a golpe, verso a verso...
Murió el poeta lejos del hogar
Le cubre el polvo de un país vecino.
Al alejarse, le vieron llorar.
"caminante, no hay camino, se hace camino al andar..."

Golpe a golpe, verso a verso...
Cuando el jilguero no puede cantar
Cuando el poeta es un peregrino,
Cuando de nada nos sirve rezar.
Caminante no hay camino, se hace camino al andar.

Golpe a golpe, verso a verso.

(Antonio Machado)


O primeiro poema colocado aqui tinha mesmo que ser este. Por diversas e bastas razões e uma acima de todas.

É um dos poemas mais belamente simples que conheço; encara a vida com um desassombramento que arrepia; evoca umas imagens mentais que faz-me flutuar acima deste confuso viver. Acima da tudo dá esperança pela frontalidade com que nos diz, olhos nos olhos, o que podemos esperar deste caminho a que chamamos vida.

Conheci este poema antes de saber o nome do poeta. Por culpa da canção que recordo a seguir.


segunda-feira, 13 de abril de 2009

Génesis

Criar um blogue pode ser o resultado de um impulso ou um passo maduramente pensado; fruto de uma necessidade repentina de desabafar ou uma de reflexão mais ou menos elaborada.

Comunicar é preciso. Não o fazer coloca-nos sob o perigo de ficarmos desarrazoadamente insanos. Enfatizo a expressão comunicar. Expressão que envolve mais do que apenas projectar unilateralmente a nossa voz. Deve ser uma via de dois sentidos.

Comunicar, se ainda existissem duvidas, é incomensuravelmente valioso. Enchemos as nossas mãos de factos, questões, dúvidas, respostas, certezas e de tudo o que necessitamos para entendermos o que significa viver num mundo cada vez mais consciente de ser plural e diversificado.

Comunicar faz-nos entender o nosso lugar nesse mesmo mundo, respeitando e sendo respeitados. Essa atitude tem tudo a haver com a felicidade. Parafraseando Herman Hesse, só existe felicidade se aceitarmos do hoje, com gratidão, o que ele nos trouxer. Só podemos entender o que o hoje nos oferece se comunicarmos.

Acredito na primazia da comunicação pessoal, cara a cara, bem entendido. Mas o que seria de nós sem gravar com signos, em material mais ou menos duradouro, os nossos pensamentos? Como passar sem o prazer, e o beneficio, de ler o que outros escreveram?

Creio que um blogue tem um lugar de destaque na comunicação contemporânea. O blogue conseguiu elevar os pensamentos do individuo anónimo a um nível planetário. Mesmo que muita “parra” exista abundantemente por estes campos virtuais, excelsas “uvas” são por vezes encontradas. Muitas horas de prazenteira leitura, de aquisição gulosa de factos e de assistir com olhos esbugalhados a discussões de pontos de vista divergentes tenho tido no mundo blogosferico. Fiquei mais rico. Irreversivelmente mais.