terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Marvão

Impacto. Vindo de Portalegre e entrando numa recta em que se avista claramente o altaneiro povoado, amuralhado e com alguns telhados do casario a tentarem espreitar-me, é impossível não sentir um arrepio. Que estranha razão existe em mim para sentir o Alentejo desta maneira? Que força emanada destas planícies douradas me faz amar a vida mesmo quando me sinto o mais perdido dos homens? Não sei responder. O que sei é que quando a brisa quente do fim da tarde entrou pela janela totalmente aberta do carro e despudoradamente esfregou-se no meu rosto, só me apeteceu que ela continuasse ali para sempre, como se de um acessório da viatura se tratasse.

Cheguei. Deixei o carro no parque exterior e entrei a pé muralhas adentro. O coração decidiu correr à minha frente; o desgraçado por vezes é tão ansioso que não aguenta a velocidade dos meus passos.

Fotografias. Queria guardar alguns recortes do casario para levar comigo. Como se aquelas ruas, guardadas assim em retalhos dentro de uma máquina, pudessem ser cenários dos meus passos sempre que me apetecesse.







1 comentário:

Anónimo disse...

Estive ali há pouco tempo e revi essas belas paisagens.
Abraço do João Carlos.