segunda-feira, 1 de junho de 2009

A idade de ouro

Recentemente dei comigo a recordar o meu tempo de escola. E, insatisfeito apenas com as vagas imagens da memória, quis fotografar os locais onde estudei, para que quando as saudades me visitassem novamente, basta-se ir ao computador e rever. Esta é a primeira imagem da série.

Foi a minha escola primária; cenário das quatro primeiras classes, como na altura se designavam. Na altura que lá andei não tinha este muro e respectivo portão, nem muitas casas e prédios ao redor; o local era uma espécie de arrabalde. Confesso também que na minha memória parecia um edifício maior.

Ainda recordo o cheiro e o barulho do giz a marcar o quadro negro; a sombra da árvore onde fazíamos fila para brincar ao “Espaço 1999”; a maleabilidade da areia onde, com caricas, fazíamos corridas de formula 1; a brancura das escadas da entrada onde, com o bibe “oficial”, nos enfileirámos para a foto da turma; os bancos onde, com ar muito solene, líamos as revistas do Super-Homem e do Hulk. E, os professores. Os pacientes, embora ocasionalmente intransigentes disciplinadores. Hoje até os admiro pela grande pachorra que tinham…


Para mim os quatro anos aqui passados representaram uma das maiores mudanças da minha vida, mesmo sentido a esta distância. Deixar a segurança diária da casa familiar e integrar um grande mundo de pessoas desconhecidas e diferentes em muita coisa. Saber, com boas e más lições, como se geria a vida em grupo. Obter respostas à minha crescente curiosidade. Iniciar um ciclo de aprendizagem que me daria gradualmente as ferramentas para viver. Não apenas saber factos, mas saber o que fazer com esse conhecimento. Mais, aprender como aprender pela vida toda. Bem, acho que o primeiro dia de aulas nesta escola foi mesmo a mudança mais acentuada da minha vida.

(Prontos, vou ali buscar um lenço que isto já me emociona…)

1 comentário:

Anónimo disse...

A "minha" escola primária já não existe. Foi demolida para fazerem um prédio com uns poucos de andares.