sexta-feira, 12 de junho de 2009

Quanto vale um prego?

Por causa de algo que aconteceu-me recentemente, veio-me à memória uma cantilena

"Por causa de um prego, perdeu-se uma ferradura.

Por causa de uma ferradura, perdeu-se um cavalo.
Por causa de um cavalo, perdeu-se um cavaleiro.
Por causa de um cavaleiro, perdeu-se uma batalha.
E assim um reino foi perdido.
Tudo por causa de um prego."


Alguém fez a ligação destes versos com a famosa frase colocada por Shakespeare na boca de Ricardo III de Inglaterra: “Um cavalo, o meu reino por um cavalo”. Parece que no momento crucial de uma batalha, o seu cavalo perdeu uma ferradura e caiu. Ao levantar-se, o pobre bicho fugiu, deixando o rei apeado e desesperado por não poder comandar as desordenadas tropas.

A sapiência popular atribui ao ferreiro a responsabilidade pela queda do cavalo, pois achou que um prego a menos na ferradura não faria diferença e com este método ia poupando gradualmente, em tempos de crise, um número considerável de pregos. A lição é clara neste aspecto: por causa do desleixo num pequeno pormenor pode-se ter um grande desapontamento. Nesta história, por causa de um prego, perdeu-se um reino.

Ora bem, o que tem isto a haver comigo? Não sou rei, nem ferreiro e não comandei nenhuma batalha. O que me aconteceu não foi desleixo ou descuido; foi uma mísera ponta ferrugenta de um prego, com uns insignificantes 10 milímetros, que furou um pneu do carro. Com a inevitável paragem e mudança de pneu, começou um ciclo de atrasos que arruinou-me a tarde e fez-me acumular uma frustração que, se fosse possível condensar num murro dado num muro de betão, faria corar de vergonha o super-homem.

Termino. “Tudo por causa de um prego.”

1 comentário:

Anónimo disse...

Então e o que se anda a perder neste país ao nível da política, entre outras coisas, por causa da falta de parafusos!